domingo, 10 de março de 2013

[ARTIGO] Nos barrancos de Mairiporã


Olá corredores das montanhas! O ano de 2012 mal terminou e já tenho boas notícias para compartilhar com vocês! A abertura da Copa Paulista de Corridas de Montanha aconteceu no último domingo (27/01/13), com a presença de aproximadamente trezentos atletas, que enfrentaram muitos obstáculos nas distâncias de 8K (curto) e 13K (longo). O mês de dezembro foi, para muitos, um período de “férias forçadas”, afinal, esse tipo de prova oferece boas opções de entretenimento, ainda mais se levarmos em conta o aumento considerável no número de participantes. Para 2013, foram confirmadas 13 etapas para a Copa Paulista, duas a mais em relação ao último ano, ratificando a grande procura por esse tipo de evento. Portanto, fiquem atentos ao calendário, disponível no site www.corridasdemontanha.com.br.

Outra notícia, não tão animadora ficou por conta do reajuste no valor das inscrições, ponto que foi esclarecido e informado com antecedência pela organização em suas redes sociais. É bem verdade que, em qualquer segmento esportivo, para manter um padrão que atenda todos da melhor maneira, nem sempre é possível congelar os preços de anos anteriores. A retirada do kit ocorreu na véspera e no dia da prova, ambos em Mairiporã (porém em locais diferentes). Na sacolinha continha a camiseta do evento, uma garrafinha pequena (seria uma substituta da canequinha?), uma revista Go Outside, uma bela viseira e a novidade ficou por conta do chip de cronometragem disposto junto ao número de peito.

No local, havia várias cópias do “Termo de Declaração”, impresso em branco, para facilitar aos atletas que não haviam recebido via e-mail ou simplesmente esquecido o documento. A exemplo do ano passado, ocasião da primeira edição da prova, o Espaço Mário Covas foi novamente o lugar para concentração e dispersão dos atletas. Fui à Mairiporã com a carona do Marcelo Jacoto, corredor experiente e que gosta de correr em percursos inéditos. Encontrei várias pessoas conhecidas, de outras etapas, como o Nelson Yanasse, a Rosi Gimenis, o Pablo Moreno, o Willian Sales, entre outros. Havia banheiros químicos pelo local, imprescindível em eventos que não possuem estrutura permanente (céu aberto). A largada estava prevista para as 08h00, sendo divida em dois momentos: primeiro sairia a galera do “longo” e minutos depois o “curto”.

Sem atrasos, a prova começou a todo vapor num trecho plano de aproximadamente duzentos metros, a partir daí, iniciou uma verdadeira subida íngreme, ainda no asfalto, com ares de “boas vindas” aos atletas. Passamos por um local canalizado e asfaltado que, até o ano passado, era uma estrada de terra batida. Alguns staffs em motos percorriam o local, muitas vezes trazendo um fotógrafo na garupa. Por volta do terceiro quilômetro, entramos numa trilha de mata fechada, novamente em subida, um tanto complicada, pois o solo estava muito escorregadio, causando alguns tombos de pequena gravidade. As luvas foram fundamentais naquele momento, já que me utilizei dos quatro apoios em diversas situações. A sequencia disso culminou numa trilha sinuosa, que mais lembrava um cenário de filme de terror.
Durante a prova
Ao final da trilha, avistamos o primeiro posto de hidratação e consumo (água e melancia), prosseguimos por uma estrada de terra batida em campo aberto, onde os corredores priorizaram a velocidade como forma de compensar o tempo perdido no trecho anterior. Mas ainda faltava a escalada até o Pico do Olho D’Água (1.180 metros de altura). Nesse momento era perceptível uma grande neblina que pairava sobre o lugar, deixando o ambiente cada vez mais instigante. Entramos na trilha de acesso ao pico, momento em que encontramos diversos corredores da outra distância, que gentilmente cederam passagem. Ao atingir o topo da montanha, uma sensação de missão “quase” cumprida elevou a minha estima, já que havia concluído a parte mais “trabalhosa” da prova. Tinha consciência de que ainda seria necessário um bom condicionamento para o retorno, em descida, pelo lado oposto da montanha.
Chegada
A volta foi mais tranquila, o desgaste foi menor, pude imprimir um rimo forte, sem comprometer nenhum grupo muscular, ratificando o trabalho que venho realizando na academia Bodytech. Oscilei por alguns instantes, pois havia mata alta cobrindo as trilhas, estava difícil observar buracos ou empecilhos no caminho, não queria correr o risco de levar tombos (vinha de uma experiência dolorosa em São Bento do Sapucaí). Além de uma estrada repleta de “armadilhas”, entre pedras soltas, cascalho, terra batida e desníveis, ainda enfrentamos trilhas curtas, porém, com água corrente, deixando o trecho muito resvaladiço. Tais desafios eram encarados com descontração pelos corredores, afinal, o propósito da corrida de montanha era justamente proporcionar o estilo “quanto pior, melhor”, coisa que o pragmatismo do asfalto, salvo raríssimas exceções, não apresenta. O último quilômetro foi o mais tranquilo de todos, num terreno plano, onde já era possível escutar o locutor do evento, que pronunciava o nome dos atletas concluintes.

Ao final, recebi a primeira medalha da Copa Paulista, uma variedade de frutas estava à disposição dos atletas, além de isotônico, chá gelado e água. Encontrei vários conhecidos, entre eles o André Lins, que estava estreando nas corridas de montanha, além da Renata Patrícia, que correu em São Bento do Sapucaí no fechamento da temporada passada e decidiu partir com tudo para as montanhas neste ano. Ainda encontrei outro corredor (não me recordo o nome) que seguiu a influência de um dos meus textos no site para inscrever-se pela primeira vez numa prova dessa envergadura, estreando com muita competência em Mairiporã. Aproveito e dou um destaque para o grande número de cachorros pelo percurso, ainda bem que todos estavam de “bom humor” e curtindo o evento (risos).
Medalha
Um problema técnico comprometeu a apuração dos resultados oficiais, o que impediu a realização da cerimônia no pódio. Não sei como os atletas receberam essa notícia, sei que erros infelizmente acontecem e, prontamente admitidos pela organização, ao menos foram coerentes em não prosseguir com esse processo, afinal, poderiam cometer injustiças e tornar a situação ainda mais desagradável. Não devemos lamentar, o melhor a fazer é guardarmos as ótimas impressões que tivemos daquelas paisagens ao longo do caminho, o visual incrível do Pico do Olho D’Água com aquela neblina sinistra que dava um tom sombrio ao horizonte. No mesmo dia, no final da tarde, a situação já havia sido normalizada e os resultados já estavam disponíveis no site oficial do evento.
Com a Renata
Com o Marcelo
Comecei o ano faturando o 3º lugar na faixa etária “25-29” anos, o que rendeu o primeiro pódio da temporada. O engraçado de tudo isso é que pela primeira vez a minha premiação terá a participação especial dos Correios, pois o carteiro local terá a nobre incumbência de realizar a entrega do meu troféu (risos). Para quem já recebeu medalha da São Silvestre antes da prova, ganhar o troféu no conforto do meu lar não será incômodo algum. O próximo desafio será no município de Mogi das Cruzes, válido pela 2ª etapa da Copa Paulista, que ocorrerá no temível Pico do Urubu, no dia 23/02/13. 
Com a Jaqueline
As fotos do evento estão disponíveis na página oficial das corridas de montanha no Facebook e também no site www.adventuremag.com.br. Sobre a premiação, os organizadores estão buscando a melhor forma de entregar o troféu para os corredores que o conquistaram merecidamente. Temos que ser otimistas, afinal, se até a Maratona de Nova York já teve problemas, não devemos encanar com a situação atípica que ocorreu em Mairiporã. Mesmo não sendo um membro oficial das fileiras das “Corridas de Montanhas”, peço desculpas aos participantes, já que sempre enalteço esses eventos com elogios e incentivos para que todos participem.

Um comentário:

  1. Aew Dan, lindíssima sua medalha, aliás muito merecida, mas agora...a pergunta que não posso deixar passar: E o troféu, já recebeu? Pelo amigo carteiro? Bom, enfim, parabéns!!! bjooooooooooo

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