domingo, 14 de agosto de 2011

[ESPECIAL] Visita à Sala São Paulo (Orquestra Sinfônica)


Olá amigos, este relato é mais do que especial para mim, sirvo-me no direito de dividir com as pessoas que acompanham o blog a visita que fiz à Sala São Paulo no dia 10/07/11. Estiveram em minha companhia nada menos que os meus avós, para assistir a apresentação matinal da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP). A apresentação estava marcada para às 11h00, um horário bem razoável para um passeio cultural no domingo, nem muito cedo, tampouco tarde, cujo término coincidiria com o horário do almoço. Saímos de casa por volta das 09h30 (moramos numa parte periférica da cidade de fácil acesso ao bairro de Campos Elíseos). A única coisa que não gostei foi o estado de conservação da Avenida Duque de Caxias, tomada por moradores de rua, passeios degradados e muito lixo pelas vias, admito que foi desagradável passar por ali até chegar à Sala São Paulo.

 
Junto com o regente

Junto com o regente

Assim que acessamos a ala interna da Sala São Paulo, por volta das 10h50, pareceu que tudo havia se alterado, cenário exatamente oposto das ruas e avenidas que o cercam: um local muito bem cuidado, com as fachadas internas praticamente novas, um silêncio reinante, apesar da intensa fila para a entrada ao concerto. Os ingressos para aquele horário haviam-se esgotado e (pasmem!) teve pessoas me perguntando se eu possuía ingresso sobrando. Vale destacar a ótima iniciativa do governo paulista que tornou o valor do ingresso acessível, com preços populares, possibilitando uma inclusão social de grandes proporções, atingindo principalmente o público com menor poder aquisitivo. Os meus avós estavam animados, isso porque nenhum de nós havia assistido um concerto antes. Os ingressos foram cedidos como cortesia por um amigo que estava impossibilitado de ir naquele domingo.

Casal 20+++++ (risos)

Aquele que vos escreve

Ficamos posicionados num dos melhores lugares da sala: o camarote mezanino que, além da privacidade, a visão para o palco estava totalmente livre de qualquer obstáculo. Vocês poderão conferir isso nas fotografias que fiz enquanto estávamos autorizados. Minutos antes do início do concerto, fiscais do recinto informaram que era proibida a utilização de qualquer meio eletrônico para gravar o espetáculo (câmera fotográfica, aparelho celular, filmadora etc) e que tais aparelhos fossem desligados. Impressionante a sofisticação da sala, os assentos todos em madeira com estofado singular em todos os setores. Pontualmente às 11h00 as luzes se apagaram, rapidamente fomos informados pelo auto-falante de que o concerto seguiria sem intervalos e que o início seria em poucos minutos.

Os músicos ainda não haviam entrado

Aos poucos os músicos foram ocupando os seus respectivos lugares, juntamente dos seus instrumentos, ali havia de tudo: violinos, violoncelos, harpas, bumbos além de outros instrumentos que desconheço. Por último, entrou de maneira triunfal e com toda pompa, ao som de intermináveis aplausos o regente do concerto: o britânico Frank Shipway. Não entendo absolutamente nada sobre música clássica ou algo que envolva orquestras, porém, o som produzido por esses profissionais, a sintonia, o arranjo, a técnica e o entrosamento de todos, em perfeita sincronia é algo impressionante, beirando o inacreditável. O início foi bem calmo, o regente atuava de maneira singular, aparentava serenidade, seguia um caminho que parecia natural e inevitável, aos poucos aquele som ganhava requintes de pequenos picos de altivez, aquele mar tranquilo já tilintava em toques mais agudos nos instrumentos, o público estava inerte naquele devaneio do desconhecido, em nenhum momento aquilo foi cansativo ou mesmo pedante.

Última foto antes do início do concerto

O regente passou a exigir mais da orquestra, puxava o “dó maior”, reduzia o “ré menor”, entrava em águas agitadas, não deixava nenhum músico escapar, fazia todos ali fazer parte de um único corpo, mostrava ao público que estava no controle das ações e nada podia lhe escapar. Tenho que saudar os instrumentistas, que são realmente profissionais de alta linha, pois além de seguir estritamente o direcionamento da regência, conseguiam manter-se concentrados nas partituras, sem perder a sequencia de atos, garantindo a uniformidade do espetáculo, atingindo a excelência na execução do seu instrumento. Eu estava absorto naquela “magia” (como pude levar tanto tempo para assistir um espetáculo dessa envergadura?), o público estava filtrado naquele universo de pouca compreensão, afinal, entender de música clássica não é algo que se aprende e compreende da noite para o dia, porém isso não foi subterfúgio para as pessoas ali presentes. O espetáculo durou pouco mais de uma hora, e ovacionados por aplausos ininterruptos, o concerto terminou de maneira festiva, tanto que foi necessário as luzes serem acesas para o público entender que o espetáculo havia terminado.

Almoço no Bourbon Shopping

Senti uma satisfação enorme com o fato de ter compartilhado essa experiência com os meus avós, que saíram satisfeitos do local. Para o almoço, já que o domingo era especial, fomos até o Bourbon Shopping. Eles escolheram o restaurante self-service “Divino Fogão”, que só não me servi desse lugar porque estava com muita vontade de comer no “Gendai”, nisso acabei optando por um sushi executivo. Não preciso dizer mais nada sobre aquele domingo, não é? Passar um dia com as pessoas que você mais considera não tem preço, tanto que por obra do destino, até a corrida (quem diria) foi no dia anterior (Super 9K Montevérgine – 09/07/11). E assim concluo esse relato especial que, em nada tem a ver com corrida, apesar de que correr é muito mais fácil que tocar qualquer que seja o instrumento daquela orquestra (risos).

Na poltrona do Bourbon Shopping

Abaixo, a lista do que foi apresentado pela Orquestra Sinfônica:

- Richard Strauss (1864-1949)
Fantasia Sinfônica Sobre a Mulher Sem Sombra (15’)

- Johann Strauss (1804-1849)
Camponeses – Polca, Op.276 (3’)

- Josef Strauss (1827-1870)
Música Das Esferas – Valsa, Op.235 (9’)
Despreocupada – Polca Rápida, Op.271 (2’)
A Libélula – Polca-Mazurca, Op. 204 (5’)
Delírios – Valsa, Op.212 (10’)

- Johann Strauss Jr. (1825-1899)
Raios e Trovões – Polca Rápida, Op.324 (3’)

(fonte: folhetim distribuído na OSESP no dia da apresentação)

Para maiores informações, acesse o site da OSESP (www.osesp.art.br), lá vocês encontrarão todas as informações sobre concertos, horários, preços, dicas culturais, além de poder conferir todas as últimas novidades relacionadas à música clássica.

Recostado na poltrona do Bourbon Shopping

No meu próximo relato, contarei como foi participar das 10 Milhas PUMA, que ocorreu no dia 24/07/11 na região do Jockey Clube.

2 comentários:

  1. Que post de luxo e muito bem acompanhado!

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  2. Dan, então vc entende lhufas de música clássica?? Imagina se fosse expert, já tá dando palestra de dó maior, ré menor, etc..., adorei!!!
    É, realmente tenho que concordar qdo, vc escreve sobre a degradação de certos locais da nossa querida cidade, e a Av. Duque de Caxias e arredores, estão de dar dó!E pior, uma Sala dessas, a Pinacoteca e outros pontos turísticos de São Paulo que merecem ser conhecidos por nós paulistas, causam medo!Agora o melhor disso td é ver seu avô de mãos dadas com o Regente, que td!!!Bjs,

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