quinta-feira, 7 de abril de 2011

[RELATO] Corrida de Montanha em Paranapiacaba

Olá amigos, a primeira etapa da Copa Paulista de Corridas de Montanha aconteceu em Paranapiacaba, distrito do município de Santo André no dia 26/03/11. O diferencial desse circuito de corridas rústicas é que as provas em sua maioria acontecem aos sábados. A largada estava prevista para as 15h00, sendo assim, calculei que saindo de casa com cerca de três horas de antecedência seria o suficiente. Ledo engano: quase cheguei atrasado! Bom, optei por fazer o seguinte caminho: pegaria um ÔNIBUS da minha casa até a estação do METRÔ “Marechal Deodoro”, seguindo até a estação Sé e depois, fazendo baldeação com destino à estação Luz, onde seria feita outra baldeação, na qual eu embarcaria num TREM com destino à Rio Grande da Serra (última estação daquela linha férrea). Já em Rio Grande da Serra eu teria que pegar um ÔNIBUS até Paranapiacaba.

Mapa de Paranapiacaba - fonte GOOGLE MAPS

Bom, vocês puderam ter uma noção da “viagem” que eu teria pela frente para chegar até o local da corrida. Pois bem, saí de casa exatamente às 11h30, e entre um transporte e outro e tempo de espera de cada um, acabei chegando efetivamente em Paranapiacaba às 14h40. Sob uma forte neblina, peguei o meu número de peito, chip e camiseta antes de deixar as minhas coisas no guarda-volumes. Aliás, estava com uma mochila e uma mala, no final vocês entenderão o porquê de eu estar com tanto “volume”. Prevendo qualquer imprevisto (que felizmente não aconteceu), eu já estava com a roupa de corrida por baixo do agasalho, bastando apenas tirá-lo. Momentos antes da largada encontrei a minha amiga Rosi Gimenes, que estava empolgada para aquele desafio, além do Jorge, amigo e atleta com vasta experiência em provas de montanha.

Forte neblina

Os atletas já estavam posicionados para a largada, o clima não poderia estar melhor, havia cerca de quatrocentos inscritos, divididos nas distâncias de 6 e 12Km respectivamente. Segundo informações de amigos e colegas, o percurso tinha muitos percalços, entre trilhas e estradas de terra e cascalho. Pela primeira vez optei por correr com um tênis específico para trilhas (da marca SALOMON). A expectativa era muito grande, afinal, eu não tinha a mínima noção do que vinha pela frente, pois já fazia quase dois anos que não participava de corridas de montanha.

A largada, que atrasou uns cinco minutos, aconteceu primeiro aos atletas que fariam a distância maior (12Km), saímos pelas ruas de pedra e seguimos em direção a uma estrada de terra batida, até ali a neblina ainda impedia de enxergarmos com precisão o que estava à nossa frente. Isso ocorreu nos dois primeiros quilômetros. A partir daí entramos numa trilha, ora estreita, hora aberta o suficiente para ultrapassagens. Havia muita, mas muita lama, barro por toda a parte, seria impossível sair limpo dali (risos).

O clima estava ótimo

Corri sem relógio, pois por coincidência ou obra do acaso tive problemas com os meus três relógios e todos eles quebraram ao mesmo tempo. De qualquer forma isso não me atrapalhou em nada. A partir do quilômetro quatro, a dificuldade aumentou, passamos por um riacho em que a água batia na cintura (isso variava de acordo com a altura de cada um – risos), porém, era um trecho curto, em poucos minutos já estava de volta a trilha. Só que, para surpresa de todos, ao final do riacho, o que nos esperava era uma cachoeira íngreme que teríamos de subi-la, a fim de alcançarmos a trilha. Tanto no riacho, que por sinal havia muitas pedras submersas na água, quanto nessa cachoeira, muitos corredores “empacaram”, iam cautelosamente, ao contrário de mim, que atravessei rapidamente esses obstáculos ganhando quase dez posições.

Posando para foto (ao fundo corredores completando a prova)

Sem dúvidas, aquele trecho era o mais “charmoso” da prova, pois eram onde estavam posicionados os fotógrafos do evento. Naquele instante constatei que tinha feito um bom negócio ao sair num ritmo forte na largada, pois sabia que haveria um tráfego bem lento quando a maioria dos corredores alcançasse aquele obstáculo (e aí eu certamente perderia muito tempo). Apesar de fazer muito tempo que não participava de corridas de montanha, vinha fazendo uma prova sem sustos, pelo menos até a metade. Justamente quando pisei num local em que o meu pé afundou, sem ter onde apoiar, acabei caindo de lado, porém, a minha queda não foi forte, pois foi num momento em que estava “andando” num trecho impossível de correr. Minha queda foi “amaciada” pelo barro, o que me fez estar em pé novamente e de volta à corrida.

O estado da roupa

Vale lembrar, que naquela trilha fechada, ficamos sem água do segundo ao nono quilômetro, apesar da temperatura estar agradável (fresco) a hidratação fez falta. Continuamos na trilha até o Km9, quando finalmente entramos numa estrada de terra batida. Os três quilômetros finais alternavam-se entre subidas e descidas, a estrada estava minada por muitas pedras, por isso era preciso muito cuidado para não torcer o tornozelo e evitar quedas. Percebi que ia bem nas subidas, mas o corpo respondia com menos intensidade nas descidas. A chegada foi próximo ao local da largada, fechei com o tempo de 01h14min23seg, ficando na 55ª posição geral e 9º na categoria 25-29 anos.

Pórtico de chegada

Ainda encontrei alguns amigos, fiz um alongamento e troquei de roupas (que estavam em situação de calamidade – risos). A medalha, apesar de simples, me agradou, apesar de não conter data. A camiseta também não mereceu críticas. Só não gostei de não terem fornecido frutas ao final, pois a organização do evento tinha como característica compor grandes mesas com frutas para os atletas se servirem sem limitação de quantidade. Foi improvisado uma mangueira na qual alguns corredores tiravam a lama dos pés (houve gente que literalmente tomou banho – risos) e foi nessa fila que encontrei a Yara Achôa, jornalista da Revista Contra Relógio. Tiramos uma foto e conversamos rapidamente sobre a prova.

Yara Achôa e eu

Explicando o motivo por estar com duas malas: de Paranapiacaba eu iria de CARONA com os meus amigos Jorge e Antonio até Mogi das Cruzes, onde naquele mesmo dia pegaria um ÔNIBUS para Bertioga, onde faria os 20Km Beach Cross na manhã de domingo. Uma verdadeira jornada esportiva, cujo resultado final disso ainda estava por vir. De concreto mesmo, era que tinha conseguido vencer o desafio de correr em Paranapiacaba. O que viria pela frente em Bertioga ainda era uma incógnita. Mas essa é uma história que ficará para o próximo relato, pois rolou até pódio (risos).

Balanço final

Foi uma corrida muito complicada, onde o segredo é não olhar para trás, sempre buscando o passo seguinte. Terminei sem cansaço exaustivo, resultado de treinos com dedicação e disciplina. Ainda é possível melhorar e muito, porém, graças a ajuda dos amigos, estou conseguindo melhorar cada vez mais a minha condição física. Os meus agradecimentos aos meus professores de Deep Running (Roberta Rosas e Douglas Garcia, da Academia Olímpia) e ao meu treinador Emerson Bisan, pelo incentivo de sempre.

Continua...(o final de semana ainda não terminou – risos)

PRÓXIMO RELATO: 2.0 BEACH CROSS BERTIOGA (27/03/11)

7 comentários:

  1. oi, daniel!!!

    foi uma prova emocionante, um verdadeiro desafio!

    quero só ver o relato dos 20km de bertioga!
    que fim de semana maravilhoso você teve!
    correria pura;)

    bjs
    http://elismc.blogspot.com

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  2. Oi Dani,

    Eu prometi e aqui estou e pode deixar que sempre voltarei.

    Olha, eu acho muito bacana esse tipo de prova, mas confesso que sendo um "cavalo de salto" eu não me atreveria a tal aventura....rs.

    Parabéns pela prova e pode ter certeza que todo esforço e disciplina sempre lhe será recompensanda.

    Bjos,
    Dani
    correndoemagrecendo.blogspot.com

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  3. Dois finais de semana seguidos de "sujeira", meu amigo Daniel! E ainda com 20 km na areia no dia seguinte? Parabéns pela sua disposição MONSTRUOSA, hehehe... A sua temporada está sendo excelente. Que siga assim!

    Abraço e até as próximas corridas.

    Fábio
    http://www.fabionamiuti.hd1.com.br

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  4. Dani,
    Como sempre eu me canso só de ler, mas acho o máximo...continue vivendo sua paixão...
    Beijinhos

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  5. Oi Dani parabéns por mais uma corrida.

    Espero um dia te encontrar em um destas.

    Abração

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  6. Rsss, adorei!!!!
    Tem medalha para o mais sujinho??Que categoria, essa era sua, né Daniel, rsrsrs
    Bom, mas deixando de palhaçada, parabéns por mais uma e pela sua dedicação, bjs e boas corridas!

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  7. Vixe! Se a água do riacho batia na sua cintura, eu ia me afogar lá! Kakakaka.
    Parabéns pela aventura! Vou ler o seu relato de Bertioga! Até mais!
    PS: a minha amiga de equipe, Andrea, conseguiu o primeiro lugar na geral, na distância mais curta! Machucou a canela e caiu na lama! Rsrsrs. Punk!

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